A tecnologia pode ser
entendida como as diversas ferramentas e máquinas que auxiliam o homem na
realização de um propósito específico, ou na resolução de um problema. Tendo
como base essa definição, estaremos apresentado alguns dos recursos utilizados
para auxiliar na educação de pessoas cegas, seja em termos de inclusão em sala
de aula, seja em termos de complementação às atividades da escola.
Como tecnologia
básica em termos de inclusão temos os materiais em Braille.
Tal ferramenta e
essencial na educação das pessoas cegas, pois trata-se, como já foi dito, de um
dos métodos pelo qual os cegos podem "ler" o mundo a sua volta.
Tem-se também como
recurso a máquina de escrever Braille.
Essa tecnologia
permite ao aluno cego ter uma maior participação nas atividades propostas, na
medida em que ela tem o objetivo de auxilia-lo no processo de escrita, tal qual
o furador braille
Nesse equipamento, o
aluno pode por si só furar a folha, com o auxílio da guia, para não sair da
reta e correr o risco de embolar-se ao realizar a leitura do que foi produzido
a posteriori.
Até agora falamos das tecnologias, que
são mais mecânicas, se é que podemos falar assim. Vamos agora abordar algumas
tecnologias mais "modernas", ou seja, que foram pensadas com o auxílio
da informática. Para falar delas podem faltar imagens, mas não se preocupem,
daremos um jeito de colocar-lhes a par das novidades para a educação e melhor
qualidade de vida das pessoas cegas.
Com o desenvolvimento
da informática veio abrir um novo mundo recheado de possibilidades
comunicativas e de acesso à informação. Os softwares existentes (leitores de
ecrã e sintetizadores de voz) podem ler toda o ecrã do computador, uma
determinada linha selecionada, uma palavra ou mesmo caracteres, quando temos
alguma dúvida sobre o que está escrito. Mas a informatização do segmento dos
cegos depende muito dos recursos financeiros individuais, da atualização das
instituições de/para cegos, das faculdades e escolas regulares em absorver
essas novas necessidades especiais.
O cego não
utiliza o mouse para trabalhar com o computador, já que ele exige coordenação visual,
mas também não usa um teclado Braille. O teclado comum é a ferramenta de que o
deficiente visual dispõe para fazer operações no computador. Devido a uma norma
internacional de datilografia, a maioria dos teclados possuem na parte
inferior, nas letras J e F, um alto-relevo com a forma de um ponto. Assim, com
os indicadores nessas letras eles conseguem ter o domínio do teclado. As teclas
de atalho, comuns na maioria dos aplicativos, são também muito úteis e são um
ótimo substituto do mouse.
No vídeo abaixo,
apesar de antigo, pode-se perceber bem como uma pessoa cega pode
utilizar o computador.
Incrível não? Agora, vamos ser
sinceros, quem é que já tinha reparado nos "altinhos" das
letras "F" e "J" antes de ler isso?
Além dos softwares
como os leitores de ecrã e os sintetizadores de voz, que traduzem em informação
sonora o conteúdo visual do ecrã, existem outro programas como o Openbook e o
Jaws que, conjugados, permitem a leitura sonora de qualquer informação em papel.
Com o scanner, o Openbook passa o texto do papel para o ecrã e depois o Jaws
encarrega-se de traduzir o conteúdo em informação sonora.
Hoje, um cego
não só pode navegar pelas páginas da Internet como também produzi-las,
participar em chats, ler jornais e revistas, fazer compras, fazer cursos
on-line, ter acesso a manuais, informação em geral, a prestadoras de serviços,
enfim, quase tudo que a WEB pode oferecer aos seus utilizadores.António Silva,
cego e funcionário no serviço de Apoio ao Deficiente da Universidade do Porto,
dá aulas de formação na área da informática a deficientes visuais e já produziu
algumas páginas para a Internet (www.lerparaver.pt; www.aminharadio.com; blog.aminharadio.com).
Em paralelo com o
computador, existe também a possibilidade de traduzir a informação para suporte
papel, isto é, para Braille, através de impressoras Braille. No entanto,
elas são bastante dispendiosas, para além de o seu processo exigir algum tempo.
Há também a possibilidade de trabalhar com o computador e ao mesmo tempo com o
sistema Braille, mediante um periférico denominado terminal ou linha Braille.
Ligado ao computador, ele permite que o cego se certifique do que escreveu,
embora este processo de verificação da escrita possa também ser realizado
apenas com o computador, utilizando o teclado e os softwares já mencionados
(leitor de ecrã, sintetizador de voz, Openbook e Jaws).
Para as pessoas de
reduzida visão, existe um aparelho, designado monitor ampliador,
que amplia qualquer texto que seja colocado no aparelho. Com uma pequena câmara de filmar na base, o equipamento capta o texto que
se pretende visionar, traduzindo-o para um tamanho superior. Funciona como uma
lupa e pode ser calibrado ao nível da cor e da luminosidade.
Perceba que esta última imagem, tem um mecanismo parecido com um mouse, que tem o intuito de auxiliar o deficiente visual na efetiva utilização do computador.
_______________________________________________________________________
Sabemos bem que é um
pouco estranho, ou complicado, falar de tecnologia sem poder ter contato com
ela. Não temos a pretensão de conseguir explorar as diversas tecnologias que podem atravessar o processo de construção de conhecimento bem como aumentar a qualidade de vida das pessoas com deficiência visual, o importante é que você que veio até aqui e se dispôs a
entender mais um pouco acerca da história e da deficiência visual entenda que,
apesar de serem diferentes, são tão capazes quanto qualquer um de nós, basta
que tenham a oportunidade para demostrar essa capacidade, junto às situações
certas, com os meios certos à sua disposição.
Mesmo diante de todas
as dificuldades que encontramos na história, no cotidiano dos cegos e na
sociedade como um todo, que ainda não sabe lidar direito com as deficiências,
sabe-se que cada vez mais são produzidos recursos e serviços que possam
melhorar a qualidade de vida dos mesmos, além de que as políticas públicas
começam a ter um olhar diferenciado para as pessoas com deficiência na
sociedade. Sabemos que ainda temos muito caminho a percorrer, mas hoje a
inclusão é uma pauta em debate na sociedade e nas instituições em geral, principalmente
nas escolas, e mesmo com as dificuldades e os passos curtos precisamos ser
otimistas e entender que essa luta também é nossa.
Agradecemos a sua
visita!!! :)
Autores: José Mauro Braz e Lorraine Ferreira
Autores: José Mauro Braz e Lorraine Ferreira
_______________________________________________________________________
Nossas referências:
INSTITUTO BENJAMIN COSNTANT. 150 Anos
do Instituto Benjamin Constant. Rio de Janeiro: Fundação Cultural Monitor
Mercantil, 2007.
BENJAMIN CONSTANT.
Revista Benjamin Constant. Rio de Janeiro, Instituto Benjamin Constant, n. 1,
setembro 1995. Disponível em:
<http://www.ibc.gov.br/?catid=4&itemid=44>. Acesso em: 28 out. 2010.
BENJAMIN CONSTANT. Rio
de Janeiro, Instituto Benjamin Constant, ano 6, n. 16, agosto 2000. Disponível
em: <http://www.ibc.gov.br/?catid=4&itemid=58>. Acesso em: 28 out.
2010.
BENJAMIN CONSTANT. Rio
de Janeiro, Instituto Benjamin Constant, ano 7, n. 20, dezembro 2001.
Disponível em: <http://www.ibc.gov.br/?catid=4&itemid=62>. Acesso em:
30 out. 2010.
BENJAMIN CONSTANT. Rio de Janeiro,
Instituto Benjamin Constant, ano 9, n. 24, abril 2003. Disponível em:
<http://www.ibc.gov.br/?catid=4&itemid=66>. Acesso em: 30 out. 2010.
BENJAMIN CONSTANT. Revista Benjamin
Constant. Rio de Janeiro, Instituto Benjamin Constant, Edição Especial,
setembro 2004. Disponível em: http://www.ibc.gov.br/?catid=4&itemid=71>.
Acesso em: 30 out. 2010.
Disponível em: http://www.brasilescola.com/biografia/benjamin-constant-botelho.htm. Acesso em: 15 jul. 2013.
Disponível em: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/BenjCons.html. Acesso em: 15 jul. 2013.
Disponível em: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias. Acesso em: 15 jul. 2013.
Disponível em: http://www.sandroeshirlei.hpg.ig.com.br/louis.htm. Acesso em: 16 jul. 2013.
Disponível em: http://www.nossosaopaulo.com.br/Reg_SP/Educacao/Louis%20Braille.htm. Acesso em: 16 jul. 2013.
Disponível em: http://www.ibc.gov.br/?catid=13&blogid=1&itemid=89. Acesso em: 16 jul. 2013.
Disponível em: http://www.jornalorebate.com/cadernor/7/especial.htm. Acesso em: 18 jul. 2013.
Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/ministro/verMinistro.asp?periodo=stj&id=281. Acesso em: 18 jul. 2013.
Disponível em: http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0260d3.htm. Acesso em: 18 jul. 2013.
Disponível em: http://helenkeller1880.vilabol.uol.com.br. Acesso em: 20 de jul. 2013.
Disponível em: http://www.bengalalegal.com/educacegos.php. Acesso em: 20 de jul. 2013.
Disponível em: http://www.ibc.gov.br/?catid=77. Acesso em: 20 de jul. 2013.
Disponível
em: http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/deficienciavisual.pdf.
Acesso em: 22 de jul. 2013.
Disponível em: http://dvsepedagogia.blogspot.com.br/. Acesso em: 22 de
jul. 2013.